Novas redes sociais surgem no horizonte

Há duas décadas, o surgimento das redes sociais mudou drasticamente a forma como nos comunicamos e impactou diretamente o comportamento das gerações que cruzaram os anos 2000, com o avanço na tecnologia dos smartphones e a expansão de acesso à Internet de alta velocidade.

A rede social estadunidense Friendster foi a primeira a surgir no Brasil. Mas a relação do país com as redes só começou de verdade com a primeira febre digital, que chegou com potência nos monitores de tubo e nas nostálgicas lan houses: o Orkut. Scraps, depoimentos, comunidades e jogos como Colheita Feliz e Buddy Poke caíram na graça todos, estabelecendo novas formas de interação entre pessoas online.

Das telas de tubo para os smartphones

Nos anos 2010, a chegada de novas funcionalidades nos smartphones proporcionou um terreno fértil para o crescimento das redes sociais. Sistemas de áudio, câmeras fotográficas e gravações de vídeos se tornavam comuns, o que abriu portas para que Facebook e o Instagram inovassem em termos de funcionalidade – explorando mais o audiovisual, a interação instantânea e o contato próximo. Ao longo dos anos, ambos canais evoluíram suas ferramentas, adaptando-se a movimentos da sociedade. Os blogueiros nasceram e lojas físicas migraram definitivamente para o digital.

Mais recentemente, o surgimento e popularização do TikTok trouxe ao jogo mais um elemento: usuários comuns produzindo conteúdos educativos, inspiracionais e orientados pelo entretenimento – em vez de somente expor a vida pessoal.

Qual o próximo passo?

Este ano, muito tem se falado sobre novas redes sociais promissoras. Então, vamos analisar um pouco cada uma delas:

BeReal

Lançada em 2020, essa rede se apresenta como um espaço voltado ao compartilhamento da rotina real, sem filtro. Para isso, uma vez ao dia, as pessoas recebem uma notificação dois minutos antes do aplicativo captar imagem com as câmeras frontal e traseira. Os idealizadores, Alexis Barreyat e Kévin Perreau, afirmam que o canal foi criado para valorizar a realidade de quem usa. Pela proposta, podemos afirmar que o BeReal, diferente do Instagram, não é um canal para longos períodos de consumo, já que há um momento exato para acessar ao conteúdo durante o dia.

HalloApp

Semelhante ao WhatsApp e Telegram, o aplicativo oferece algumas diferenças na utilização que prometem valorizar a privacidade dos usuários: você só pode ser acionado por seus contatos salvos. Além disso, as conversas são altamente criptografadas, prometendo segurança na informação. Um ponto interessante são os grupos, que possibilitam apenas 50 participantes com o objetivo de barrar a propagação de fake news

Vero

O nome da rede social já nos conta um spoiler sobre seu principal objetivo: em italiano, vero significa verdade. Seu criador, o libanês Ayman Hariri, afirma que a criou a rede tem o objetivo de ser “verdadeiramente social”. Sua funcionalidade é semelhante ao Facebook e Instagram, mas como novidade, seu feed é cronológico, logo, não há aquela luta para chamar a atenção dos algoritmos. Também não há opções de anúncios e impulsionamentos na Vero.

Novo momento das redes

Nossa forma de consumo de conteúdo está mil vezes mais evoluída se olharmos para quase vinte anos atrás. Mas podemos notar uma tendência entre as principais promessas para as novas gerações. A valorização do usuário, canais verdadeiramente sociais sem grandes interferências de publicidade e influenciadores, feeds cronológicos e a diminuição de regras de algoritmo são pontos comuns nas discussões. Estaríamos entrando em um novo momento?

Metaverso e o futuro

Com o advento do metaverso o que podemos esperar das próximas investidas das grandes redes sociais, ou que outras plataformas podemos esperar que surjam nos próximos anos?

Quando o Facebook muda seu nome corporativo para Meta, já aponta hipótese de novas investidas do Zuckerberg neste universo. Seria essa uma primeira investida para começarmos a migrar nossas relações interpessoais para um ambiente de avatares?

Essas perguntas são muito difíceis de responder e podem gerar grandes discussões de diferentes pontos de vistas, mas um fato é inevitável de afirmar: nenhuma rede social está blindada às movimentações da nossa sociedade e ao desapego do público.

É preciso muito jogo de cintura para se manter no topo no meio de tanta concorrência pela nossa tão valiosa atenção.

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